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História da Tatuagem

por Andréa Watanabe
Fonte: Santa Pelle News, ano III edição 03
Tattoo Creator, ano I edição 01


Existem muitas teorias que tentam explicar a origem da tatuagem, todas apresentando controvérsias.

Desde o Período Paleolítico, quando os homens viviam em cavernas, já utilizavam marcas no corpo como símbolo de coragem e bravura.

No Taiti, acredita-se que a prática da tatuagem seria de origem divina. Em 1779, o capitão James Cook desembarcou no Taiti, e se surpreendeu com homens e mulheres de corpos cobertos apenas por desenhos. Em seu diário, há escrito a palavra “tataw”, o som do pequeno martelo usado para colocar a tinta na pele batendo em ossos finos como agulhas.
Acredita-se que a palavra tatuagem tenha se originado na palavra “Tatu” que no Taiti significa “desenho no corpo”.

Documentos históricos atestam que a tatuagem era praticada no Egito antigo, entre 4000 e 2000 a.C., no Japão e na China há mais ou menos sete mil anos. Há registros de tatuagem entre os celtas, pictos, vikings, normandos, dinamarqueses e saxões.

No Egito, o hábito de imprimir símbolos na pele tinha um significado religioso. A sacerdotisa Amunet possuía vários pontos de tatuagens como mostra de fertilidade e longevidade. As múmias são provas concretas desta arte e a mais antiga foi encontrada na Itália e data de 5.300 anos antes de Cristo. Ela estava congelada em um bloco e suas tatuagens uma acompanhavam toda a espinha dorsal, uma cruz numa das coxas e tribais em toda a extensão da perna.

Em 1691, o pirata e explorador William Dampier, levou à Londres um nativo das Filipinas, cujo corpo estava coberto por tatuagens. Este nativo era o príncipe Giolo que foi escravizado e exibido como atração exótica.

Na Idade Média, a Inquisição perseguiu os portadores de cicatrizes, má formação e qualquer desenho sob alegação de pacto demoníaco. Essa caça se justificou por na maioria dos textos bíblicos, os profetas eram identificados por meio de marcas em seus corpos, a Igreja estando a serviço dos senhores feudais tentou acabar com os redentores do povo. Essa perseguição durou umas centenas de anos e vários povos assimilaram-na como legitima e até hoje há reflexos disso em forma de perseguição social, cujo preconceito faz com que as pessoas tatuadas sejam discriminadas como marginais e nocivas à sociedade.

No Japão essa arte foi usada por famílias mafiosas, Yakuza. São feitas tatuagens nas costas, antebraços, tórax para expressar a beleza, sorte, coragem e honra entre eles. É comum a arte bizarra que consiste a pele tatuada como matéria-prima para objetos de decoração. Além de poder ser considerado uma forma não verbal de comunicação, também é considerada como um indicativo de lealdade para com a família que se faz parte.

Quando os portugueses aportaram no Brasil em 1500, os nativos já se utilizavam desta arte, costume que dura até hoje. Entre 200 etnias que vivem em nosso território, existe uma gama muito grande de desenho, embora poucos são os índios que praticam a tatuagem definitiva. Os Kadiwéu, remanescentes dos Guaikuru são famosos por seus desenhos refinados e de formas geométricas. O processo da tatuagem era muito doloroso e era feita entre os 14 e 16 anos, considerada a idade onde o jovem já tinha força para suportar. A pele era furada com espinho até que o sangue escorresse e se colocava cinzas de folhas de palmeira ou tinta de jenipapo. O ferimento inchava e isso causava muita dor ao tatuado, depois a casca do ferimento caia e desenho ficava azulado. O desenhos eram exibidos com orgulho, pois atestavam a coragem do indivíduo. A mulheres Mbaya, assim como as Guaikuru se tatuavam com espinho e tinta de jenipapo, provavelmente isso ocorresse na puberdade. A preocupação com a aparência fazia com que se depilassem as sobrancelhas e até os cílios, havia o costume de limar os dentes incisivos.

As pinturas saíam com o tempo e eram feitas com:
Pigmentos vermelhos: urucum.

Pigmentos brancos: polvilho da palmeira ou tabatinga, uma argila de tom claro.

Pigmentos pretos: jenipapo.

Em tempos de guerra não se usava o urucum e o corpo todo era coberto de preto, cujo objetivo era o de camuflagem e o de aterrorizar o inimigo.
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